sexta-feira, 5 de março de 2010

O excesso que destrói

Você concorda com a teoria que afirma que a dose certa e ideal está no equilíbrio?

O excesso impede o livre respirar, cerceando os pensamentos, ações e forças, que, por fim, se amputam de plenitude.

Não vou ir além analisando todas as variáveis, não teria esse tempo pra escrever e provavelmente você também não o teria para ler… quero usar a regra como uma aplicação geral.

A questão é que quanto mais se quer ganhar, em geral, mais se perde, isso gerado pelo excesso de ganância que cega e impede de enxergar todos os ângulos.

Investidores que querem entrar na bolsa para enriquecerem rapidamente correm o risco de perderem tudo.

Empresários que querem construir empresa, adquirindo outras, veloz e imprudentemente, correm o risco de não suportarem o peso da estrutura.

Em países acontece o mesmo, quando um governo quer arrecadar tanto e em tudo, certamente arrecadará menos.

Hoje, somos o país do momento…

O mundo nos vê com novos olhos, as atenções se voltam para o Brasil como sendo O país de maior potencial no mundo, ao lado da China, para alguns, até mesmo a frente da China…

Investimentos externos chegam, novas construções expandem o nosso quadro industrial e imobiliário, novos empregos surgem, empresas brasileiras conquistam o mundo e crescemos… infelizmente, muito menos que deveríamos e poderíamos, concorda? Me explico…

Estou falando sobre burocracia, impostos e o enorme peso do custo Brasil.

O empresário brasileiro, na minha opinião, é, de longe, o mais preparado e apto a solucionar situações impossíveis e desenvolver estratégias que permitem irmos adiante, mesmo com a enorme pressão contrária.

Veja exemplos, os Estados Unidos são um país fortíssimo e ainda serão por muitos anos, graças ao incentivo que o governo dá para suas empresas, não só com crédito mais fácil e sim com apoio de investidores, burocracia infinitamente menor que a nossa e facilidades impensáveis para a nossa realidade.

Em relação a China pode-se ver o mesmo, ainda que seja um país controlado por um governo totalitarista, as empresas recebem incentivos fortíssimo para produzirem e terem mão de obra qualificada, a baixíssimo custo… mas, e nós?

Fico abismado com situações inexplicáveis como os entraves para que a iniciativa privada fortaleça o desenvolvimento de toda a nossa infraestrutura, como aeroportos, portos e estradas… quando uma empresa se propõe a construir um porto é atacada por uma série de entraves e legalismos indestrutíveis, que culminam, ou em desistência, ou em desânimo…

Qual o sentido disso?

Sabe? Eu sempre senti que ser empresário no Brasil é lutar contra o governo… os impostos são tantos, tão caros e pesados que destroem a imensa maioria das empresas que tenta crescer, quanto mais nascer… aliás, nascer é um parto de extremo sacrifício, com sequelas fortíssimas e pressões, muitas vezes, impossíveis de se vencer.

Impostos enormes, mão de obra caríssima (pela imensa carga que incide sobre uma contratação), burocracia inexplicável fazem do nosso país um caso único. NENHUM país do mundo tem tão poucos incentivos e tanta pressão para as empresas e cresce na mesma proporção que nós.

Se o governo luta contra, se as ondas são pesadas e tentam nos empurrar e mesmo assim, vamos adiante e nadamos, que mérito temos!, não?

Talvez você sinta que eu esteja sendo pessimista, mas veja por outro ângulo, sou extremamente otimista, pois acredito que se estamos vencendo agora, com toda essa força contrária, o que seriamos se mudasse a corrente e passássemos de vilões, a heróis? (Me refiro aos empresários).

Assim, meu otimismo vai no sentido de que a força do “bom capitalismo” irá destruir, aos poucos o enorme peso que ainda temos e somos e, aos poucos, deixaremos esse emaranhado de leis, desnecessárias e ultrapassadas e conseguiremos vencer o excesso destrutivo.

Termino com uma frase de Sigmund Freud:

“O excesso de decretos e de interditos prejudica a autoridade da lei: onde existem poucas proibições, estas são obedecidas; onde a cada passo se tropeça em coisas proibidas, sente-se rapidamente a tentação de as infringir.”

www.reflexoescorporativas.wordpress.com

2 comentários:

Anônimo disse...

A resposta é simples e difícil: o que o governo quer é a ausência de liberdade. Ora como ditadura de "direita", ora como governo totalitário "social", o princípio é o mesmo: massacrado pelo "estatal" existe menos iniciativa, menos liberdade e, consequentemente, maior poder de manipulação.
Já tive uma empresa e vi que "ganhava mais" sendo empregado, muitos fazem este caminho...
Felicidade e tranquilidade segura no Brasil é ser funcionário de órgãos do governo! Por que?

Leonardo Siqueira disse...

Obrigado pelo comentário!