segunda-feira, 21 de setembro de 2009

De onde surge o conhecimento?



Quando você cria uma campanha de marketing, desenvolve algum produto, faz diversas pesquisas, desenvolve tudo através de pensamentos e lógicas que aprendeu durante sua vida.

Seus conceitos e experiências geram conhecimentos que te permitem desenvolver bem seu trabalho, produto ou projeto, mas e o conhecimento, de onde surge?
Entre os principais dilemas da filosofia está a origem do conhecimento.

Já que filosofar é pensar, discutir, raciocinar, conhecer, de onde tudo vem?

Como sabemos se realmente Deus existe?

Como chegamos aos resultados matemáticos, ou conhecemos o funcionamento de determinado tema?

A biologia genética afirma que em nossos genes está um rastro para onde seguiremos, que serão determinantes no desenvolvimento de aptidões físicas, desenvolvimento de doenças, tendências sexuais e comportamentais e por ai vai.

Mas quem somos?

Para essa resposta, dependemos de uma série de fatores, além dos genéticos, como o ambiente onde nascemos, fomos criados, pessoas que nos cercaram e influenciaram.

Por isso, até o que realmente somos não depende apenas de nós.

Filósofos como Platão, Agostinho e Descartes, acreditavam que o homem já nasce com suas idéias.

Contra essa teoria, Locke criou o “Ensaio acerca do entendimento humano”, no século XVII, inaugurando o empirismo britânico.

Mesmo vivendo no século 21, nós recorremos a filósofos que viveram antigamente para explicar determinados conceitos, já que nada mais coerente surgiu, que discorde desses princípios.

Locke acreditava que nascer com uma idéia é totalmente inadequado já que não temos, obviamente, todos, as mesmas idéias.

Dizia que somos como uma folha em branco que vai sendo escrita na medida em que vivemos e experimentamos.

Isso quer dizer, tudo o que experimentamos torna-se conhecimento, por meio do processo lógico, mas nada “surge” sem experimentar.

Por isso, não se lamente do que você vive ou viveu, não se lamente do trabalho difícil, das vendas serem um processo que exija esforço, que a sua vida não seja “a ideal”, tudo isso é processo experimental, por conseqüência, de conhecimento.

Nossas idéias são fornecidas através da experiência, assim, tudo o que conhecemos vem de fora de nós, assim, os objetos do conhecimento são externos e nos chegam através de nossa percepção, esta sim, individual, interior, que será a que processará e dará cor ao que chega, é o acabamento final.

Imagine um desenho, ele virá pronto, ele é, independente do que você quer, ali ele está, só que sem cor.

Nós colorimos, enfeitamos e damos a aparência final.

Mas e a percepção?

Ainda, segundo Locke, vem através da sensação que recebe os objetos externos de forma individual, daí uns gostam de determinada comida, suportam certa temperatura, gostam ou não de natureza, etc…

E o toque final da sensação é a reflexão, o sentido interno, o processo mental que pintará o objeto, gerando dúvidas, crenças, desejos e o conhecimento final.

Se todo conhecimento vem da experiência, por quê nos recusamos a experimentar e vivenciar?

Dentro de seu trabalho, procure saber o que fazem os concorrentes, visite seus clientes e conheça-os a fundo, se isolar é desconhecer.

Aproveite, o saber está batendo em tua janela, todos os dias, basta você abrir para que sua mente não permaneça como um quarto escuro.

2 comentários:

Anônimo disse...

"Filósofos como Platão, Agostinho e Descartes, acreditavam que o homem já nasce com suas idéias."

Ah, é? Por aí já se percebe que não leste Platão nem Agostinho. Já Descarte nunca afirmou isso. No máximo dizia que o homem pode chegar a verdade contando somente com o próprio conhecimento. Mas é importante observar que a teoria descarteana nunca deu frutos; nem mesmo em relação ao próprio inventor.

Já isso: "mas nada “surge” sem experimentar", é o que se chama de relativismo, um dos culpados pela burrice crônica que assola a humanidade moderna.

Nem todo conhecimento vem da experiência porque podemos intuir sem experimentar. Ou se dar conta de uma verdade em função da sua auto-evidência, ou princípio da identidade, que é de onde parte qualquer processo de pensamento: "uma coisa só pode ser ela mesma; duas coisas iguais a uma terceira são iguais entre si".

"Se todo conhecimento vem da experiência, por quê nos recusamos a experimentar e vivenciar?"

Ah, sim! Você então recusa-se a experimentar, a vivenciar? Mesmo considerando essa mal formulada questão, a resposta é simples: porque eu quero. E querer é vontade. E a vontade é regida pela consciência (saber que sabe) e operada pelo juízo de valor (decidir entre o bom e o ruim; o bem e o mal).

Leonardo Siqueira disse...

Bom, em primeiro quero agradecer sua participação e a sua visão sobre esse tema, levando em consideração que na filosofia uma verdade jamais tem apenas um ângulo... a discussão produtiva, a discordância e o aperfeiçoamento de idéias é o princípio para evoluir.

Como escrevi em meus textos, os 3 filósofos tinham visões semelhantes sobre a origem do conhecimento, ainda que variassem em suas exposições.

Escrevi um Post sobre intuição também, o que difere de conhecimento, enfim, em última análise, tudo o que se descobre é porque, anteriormente, já se sabe.

Em relação ao querer, me parece interessante a frase de Schopenhauer "Podemos querer o que queremos?"

Vale a visão de cada um, o ângulo enxergado, entendido, absorvido... está aí a beleza da filosofia, a discussão tão ampla sobre cada tema.

Volte sempre que puder, ou, quiser...

Abraços!