Deparamos-nos com a “concorrência” mesmo antes de termos conhecimento do significado dessa palavra. Já concorremos neste mundo desde a infância. Essa concorrência nos acompanhará pelo resto de nossas vidas e, acreditem, a “escolha” de aceitar isso bem ou não será a direção de como iremos viver, tanto nossa vida pessoal quanto nossa vida profissional.
Logo na origem da vida já começa a nossa longa jornada: quando milhões de espermatozóides “concorrem” para ver qual será o “mais preparado” para vencer e conquistar a donzela chamada “óvulo”. Minha pergunta: o fato de os espermatozóides “concorrerem” entre si significa que eles são inimigos e devem brigar? Bem, particularmente eu acredito que não, e se me permitem vou compartilhar com vocês uma experiência no mundo da concorrência.
Trabalho na indústria farmacêutica há mais de dez anos e em muitos desses anos me dediquei a uma área específica de medicamentos ligados ao sistema nervoso central, que atuam em doenças complexas junto a neurologistas, psiquiatras e geriatras.
Grande parte do meu trabalho consistia em me “preparar” muito para demonstrar aos meus clientes os benefícios dos meus medicamentos no combate a determinadas doenças, já que a linha entre os meus medicamentos e os da “concorrência” era muito tênue (o setor é um dos segmentos que mais investem no campo da inovação, buscando maior eficácia com menor efeito colateral e adverso). Porém percebi que muitas vezes eu não obtinha sucesso.
Entre uma conversa e outra com meu gestor, eu me justificava dizendo que me preparava, que atendia bem ao médico, etc., e que a “concorrência” me deixara sempre nervoso. Certa vez ele me disse o seguinte: “Flávio, a melhor coisa que existe é a concorrência, e digo-lhe mais, agradeça sempre por ter concorrentes, pois são eles que auxiliam você a se desenvolver. Ao contrário do que faz, sugiro o seguinte: aproxime-se deles, tome um café com eles, se permita conhecer a pessoa que está por traz da concorrência, você vai se surpreender com o resultado”. Após isso, ele me perguntou: “E se houver uma expansão em nossa empresa e eu lhe pedir uma forte indicação para dividir com você sua área de atuação, quem vai indicar?”
Caro Leitor, as vantagens competitivas (inovações tecnológicas) existem tanto para nós como para todos, o que nos difere é a “prestação de serviço” ao cliente, ou seja, a maneira como o tratamos, e, se nosso concorrente está superando suas próprias expectativas quanto a isso, com quem mais podemos aprender?
Acreditem, me surpreendi. E, além disso, tornei minha vida muito mais saudável, sem aquela “aversão” à concorrência, pois não tenho dúvidas que aprendemos mutuamente e que essa “concorrência colaborativa” resume-se em um “ganha-ganha”, ou seja, com ela todos ganham.
Pensem nisso...
Flávio Maneira – consultor em gestão estratégica de pessoas, em marketing estratégico, estudioso de neurociências e associado da associação brasileira de treinamento e desenvolvimento (ABTD), executivo de vendas da indústria farmacêutica.
E-mail: flavio-maneira@uol.com.br
Site: http://www.marketingblog.com.br/
Logo na origem da vida já começa a nossa longa jornada: quando milhões de espermatozóides “concorrem” para ver qual será o “mais preparado” para vencer e conquistar a donzela chamada “óvulo”. Minha pergunta: o fato de os espermatozóides “concorrerem” entre si significa que eles são inimigos e devem brigar? Bem, particularmente eu acredito que não, e se me permitem vou compartilhar com vocês uma experiência no mundo da concorrência.
Trabalho na indústria farmacêutica há mais de dez anos e em muitos desses anos me dediquei a uma área específica de medicamentos ligados ao sistema nervoso central, que atuam em doenças complexas junto a neurologistas, psiquiatras e geriatras.
Grande parte do meu trabalho consistia em me “preparar” muito para demonstrar aos meus clientes os benefícios dos meus medicamentos no combate a determinadas doenças, já que a linha entre os meus medicamentos e os da “concorrência” era muito tênue (o setor é um dos segmentos que mais investem no campo da inovação, buscando maior eficácia com menor efeito colateral e adverso). Porém percebi que muitas vezes eu não obtinha sucesso.
Entre uma conversa e outra com meu gestor, eu me justificava dizendo que me preparava, que atendia bem ao médico, etc., e que a “concorrência” me deixara sempre nervoso. Certa vez ele me disse o seguinte: “Flávio, a melhor coisa que existe é a concorrência, e digo-lhe mais, agradeça sempre por ter concorrentes, pois são eles que auxiliam você a se desenvolver. Ao contrário do que faz, sugiro o seguinte: aproxime-se deles, tome um café com eles, se permita conhecer a pessoa que está por traz da concorrência, você vai se surpreender com o resultado”. Após isso, ele me perguntou: “E se houver uma expansão em nossa empresa e eu lhe pedir uma forte indicação para dividir com você sua área de atuação, quem vai indicar?”
Caro Leitor, as vantagens competitivas (inovações tecnológicas) existem tanto para nós como para todos, o que nos difere é a “prestação de serviço” ao cliente, ou seja, a maneira como o tratamos, e, se nosso concorrente está superando suas próprias expectativas quanto a isso, com quem mais podemos aprender?
Acreditem, me surpreendi. E, além disso, tornei minha vida muito mais saudável, sem aquela “aversão” à concorrência, pois não tenho dúvidas que aprendemos mutuamente e que essa “concorrência colaborativa” resume-se em um “ganha-ganha”, ou seja, com ela todos ganham.
Pensem nisso...
Flávio Maneira – consultor em gestão estratégica de pessoas, em marketing estratégico, estudioso de neurociências e associado da associação brasileira de treinamento e desenvolvimento (ABTD), executivo de vendas da indústria farmacêutica.
E-mail: flavio-maneira@uol.com.br
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